A MULHER QUE DANÇA
A mulher que dança não tem idade. A qualquer momento ela pode ser uma criança brincando de roda e, no instante seguinte, uma sacerdotisa prestando devoção ao seu Deus ou até mesmo a anciã da floresta, bailando com a natureza, no compasso pausado da sua própria sabedoria.
Ora ela é a adolescente endiabrada curtindo um rock frenético, ora a jovem romântica num “cheek to cheek” com seu príncipe encantado, ora a mulher sensual conquistando seu parceiro na voluptuosidade de um tango.
A flexibilidade do seu corpo se estende a todos os aspectos da sua vida, permitindo que ela não se limite a uma personalidade fechada em si própria, mas expresse as inúmeras facetas de si mesma, enquanto viaja pelos infinitos estilos de música, absorvendo suas características específicas e integrando-se a elas.
A princesa das valsas de Strauss pode se transmutar na guerreira celta dos cantos da Enya, na virgem cigana e provocadora das danças dos Bálcãs, na Mãe-Lua acalentadora, na Pachamama que acolhe e nutre, na sedutora dançarina do ventre.
Para ela, o tempo não é linear e limitado, mas capaz de se expandir em todas as direções, levando-a, não apenas ao passado e ao futuro, mas a tempos paralelos, transversais, ortogonais e outros jamais imaginados.
A mulher que dança mantém um pé na terra e outro no céu, circulando livremente de um para o outro, transitando entre os mundos da matéria e do espírito naturalmente, dependendo da dança que a vida lhe oferece para dançar a cada momento.
Para ela não existem barreiras que não possam ser transpostas, pois dança acima delas, elevando-se às dimensões superiores do seu próprio ser, onde as soluções, o alívio e o conforto esperam por ela.
Enquanto o mundo vive um caos aparentemente insolúvel, ela dança com as águias e, lá das alturas, enxerga a luz por trás das sombras, trazendo à vista tudo o que esteve oculto durante tantas eras, e agora precisa ser confrontado a fim de ser purificado e transmutado. E bailando na espiral do tempo, vislumbra o futuro onde o sonho dourado da humanidade finalmente é uma realidade, e a Terra é um planeta onde o Amor, a Paz e a Harmonia reinam absolutos.
Em êxtase e alegria, a mulher que dança volta ao presente, trazendo consigo a certeza de que o potencial de manifestação do sonho coletivo para a Terra se fortalece a cada dança. E que nada disto é privilégio exclusivo da mulher, mas de todo e qualquer ser humano que permita à sua alma expressar-se e expandir-se para além dos limites deste mundo caótico, e saiba ouvir as orientações que ela lhe oferece para trazer de volta a harmonia, a alegria e a paz à sua vida e a todo o Planeta.